11 novembro 2006

55. Beira à nossa beirinha e...

Sem que o soubéssemos o nosso avião em rumo até Maputo fez escala na cidade da Beira! E nunca antes por nós experimentado, esta escala deu direito a sair do avião durante 20 min. (de novo, traduziram-se em mais do que 20). Esta sexta-feira pisámos portanto chão da Beira e entregámos assim em mão os cumprimentos ternos que trazíamos na bagagem. Foram retribuídos com saudade!
A cidade da Beira é a segunda maior cidade de Moçambique e planta-se à ponta do Canal de Moçambique acima do estuário do rio Pungoe. No verso de um mapa do país de Moçambique leio que esta cidade é famosa pelos seus camarões e praias de areia branca (a de Macuti parece ser a preferida). Também lhe apontam ter um leque de exemplares arquitectónicos, variado em época e estilo construtivos. Ah, e tem o cinema São Jorge, um dos maiores e mais ornamentados de toda a África.
Do que vi do ar posso relatar que a Cidade da Beira está rodeada de terrenos planos, uns de cultivo e outros que parecem ser bem mais húmidos e alagadiços. Ao contrário da paisagem que nos acompanhou à saída de Pemba, uma imensidão seca bordada de areia branca, aqui há uma série rios que serpenteiam terrenos que se encharcam, chegando ao mar vários em deltas (cremos ter conseguido identificar o do Zambézi). Na parte urbanizada identificámos a linha-férrea que serve a cidade (que sabemos não fazer serviço de passageiros e da qual conhecemos tão bem a Estação, cara da moeda de 500 Meticais), uma grande via de acesso (uma novidade nesta nossa viagem por Moçambique) e casas e prédios arrumados em pequenos quarteirões até que numa curva apertada o nosso piloto se fez à pista e o filme terminou. Na descolagem seguinte ficámos literalmente a ver navios.



fotos aéreas à chegada à cidade da Beira


... MAPUTO AO NOSSO COLO
Quando chegámos a Maputo a esperança de virmos ao encontro de um pouco de civilização esmoreceu com a espera do tranfere que tínhamos marcado aquando a reserva telefónica do quarto do hotel. (Acabámos por ter de telefonar do aeroporto e à chegada lá nos esclareceram que o empregado responsável pela marcação do transfere a fizera do Hotel para o Aeroporto e não ao contrário!!)
Estamos muito bem instalados no 10º andar de um Íbis (duas estrelas) a 56 dólares com mata-bicho incluído. Sim, é mais um splurge mas hoje já andámos a ver as alternativas. Ainda assim vamos continuar neste luxo por mais duas noites até mudarmos para outro a metade do preço mas conforto q.b. (está cheio para já).
Um banho que tomámos ontem à chegada, de água quente (finalmente! o meu último datava de 23/10 e fora ao ar livre), demorado e com sabão Lux, em conjunto com um espelho grande e iluminado por luz fluorescente, fizeram-nos ver que afinal isto não é sujidade: nós estamos mesmo corados pelo sol! (s.f.f. sem comentários em relação ao formato deste bronze "espontâneo").
Hoje já andámos pela cidade, ainda que um pouco ao sabor de resolver assunto práticos, que também nos perseguem em férias (a saber: procurar um quarto; comprar selos e postais - uma séria aventura; saber empresas e respectivos horários dos buses de quinta ou sexta-feira até Johanesburgo). Visitámos o mercado de artesanato que aos Sábados se estende na Praça 25 de Junho com os vendedores mais chatos que alguma vez conheci e tão formatados no seu discurso que me fizeram retrair de imediato. E também o mercado municipal onde se vende de tudo, desde os habituais peixes, legumes e frutas - abrigados pelo corpo principal do bonito edifício antigo, passando depois por frutos secos, utilidades, carnes, pássaros de gaiola e produtos para cabelo, estes já instalados em barracas que se acotovelavam no exterior com corredores abafados pelos plásticos e vapores dos víveres. Estivemos ainda no Porto Marítimo de Maputo, na pequena Fortaleza da cidade (onde presenciámos um casamento com poses fotográficas dos noivos sobre os fálicos canhões!?!) e num pulo visitámos a Estação de Caminhos-de-ferro, desenhada por um discípulo de Gustaf Eiffel, recuperada, com uma bonita porta giratória de madeira, azulejos e duas locomotivas antigas em exposição. Tudo isto num espaço de um quilómetro, um pouco mais. Gostámos das ruas largas, com sabor a avenidas de Roma e da Liberdade, com edifícios coloniais destruídos, outros recuperados, uns novos que rebentam e outros que rebentaram mas não deram fruto (obras paradas, várias, de edifícios de muitos pisos de altura). Que mais em Maputo?



fotos do 10ºandar ao amanhecer de Maputo

0 comentário(s):