17 dezembro 2006

70. BUSES

Há 58 dias atrás, no Ngepi Camp, publiquei o post CARROS. Nessa altura planeava escrever mais tarde um post BUSES, este post. Tínhamos entregue o Corola alugado e não perspectivávamos voltar a usufruir de transporte privado, entraríamos de aí em diante no reino exclusivo dos transportes públicos. Afirmava-se-me lógico, naquele ponto, separar as águas. Falaria de CARROS agora e de BUSES depois. Não adivinhava é que a partir de aí, as experiências com os transportes fossem tão fortes que, invariavelmente, estivessem presentes nos relatos do dia-a-dia (ver sobretudo os coloridos posts da Jota: CHEGADA À ILHA DE MOÇAMBIQUE e FOTOS SOBRE COMO CHEGÁMOS NÓS A PEMBA).
Olhando agora para trás, é pouco motivador (para mim e para os leitores) fazer uma análise descritiva extensa dos veículos em falta. Serei portanto curto e grosso, deixando as demais considerações para a interpretação visual das imagens (uma forma de comunicação muito mais directa).


BUSES ou MACHIMBOMBOS*:

Grandes empresas “ricas”(África do Sul e vizinhanças) com Volvos de 40/60 lugares e ar condicionado: Greyhound, Intercape, Translux/City to City – Quase profissionais sérios!


Grandes empresas “pobres” (Zâmbia, Malawi, Moçambique) com MarcoPolos de 80/120 lugares e sem ar condicionado: CR, Grupo Mecula, Transportes Oliveira – Quase profissionais a sério!


MINI-BUSES ou CHAPAS**:

Pequenos entrepreneurs “não sei se ricos se pobres”(por todo o lado) com Hiaces de 9/20 lugares e ar descondicionado: motorista (normalmente o dono do carro) e angariador/cobrador (usualmente empregado do último) constituem o staff. Partem quando cheios. O preço acerta-se à entrada e paga-se a meio percurso quando o cobrador o exigir – Um quas(o) sério de profissão!


*Nome pelo qual se designam os buses de tamanho médio/grande em Moçambique.
**Nome pelo se designam os mini-buses em Moçambique (chapa resulta do bilhete custar, noutros tempos, chapa cem).




o bus da Intercape da Cidade do Cabo até Windhoek, a hospedeira desse bus e o respectivo atrelado para as bagagens, um bus atravessando a fronteira entre as ex-Rodésias(Zâmbia e Zimbabué) nas cataratas Vitória; um machimbombo em Nampula, chapas em Maputo

2 comentário(s):

Anonymous Anónimo disse...

Estou em fim de dia de tabalho, e vim ao vosso blog passear um bocadinho antes de ir para casa. Lógico que tenha escolhido este dos autocarros e machibombos.

Reparo numa coisa: nunca mencionam veículos de transporte de tracção animal. Até achei que fosse uma falta no vosso currículo, mas pensando bem, não tenho assim grande memória de ter visto veículos de transporte de tracção animal em África. Recordo-me de ter visto burros na Namíbia, mas pouco uso deles como força de trabalho. Geralmente, mencionavam-nos mais como refeição que como companheiros de labuta. Porquê? Não faço ideia.

Há uns anos atrás - talvez uns doze - lembro-me de uma carroça puxada por um burro, e conduzida por alguém talvez menos sóbrio, que ainda fazia transporte de vinhos ali para os lados de Alcântara. Como teria sido em África? Já teriam comido o burro, e passado a transportar os barris só com músculo humano?

Costumamos pensar essa coisa das carroças como um sinal de subdesenvolvimento. Pelo menos eram as piadas que se ouviam na rua, quando passava o burrito a puxar a carga e passageiro. Acho que não. Acho que é um sinal de desenvolvimento. Um sinal de desenvolviemnto que África, de tanto ficar pobre, perdeu.

Sobram-lhe os machibombos...

8:41 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Aprendi muito

9:31 da manhã